09 setembro 2009

Inimigos Públicos, onde está a história?

"Inimigos Públicos", o mais recente filme protagonizado por Johnny Depp, com realização de Michael Mann, está muito bem filmado mas quando saí da sala a primeira coisa que me ocorreu dizer, e de oca que me senti, foi: Onde está a história? A película vive da interpretação de Johnny Depp, excelente como sempre, e provavelmente a mais contida da sua carreira, que encarna John Dillinger, o assaltante de bancos que acabou por se tornar quase um herói na América dos anos da Depressão, pelo carisma que deixava no rasto de cada crime. O bom ladrão, cheio de estilo, lata e bom gosto, reparte a sua devoção ao crime, acima das convenções e políticas em vigor que despreza, com um amor intenso a uma mulher - Billie Frechette, superiormente interpretada por Marion Cotillard (oscarizada pelo papel de Edith Piaf em 2007).
Só a qualidade dos dois actores salva o filme cujo argumento é de grande inconsistência. Tem momentos belíssimos, é certo, - como a cena em que J. Dilllinger espectador de cinema se confronta com Clark Gable no grande ecrã a fazer de gangster no filme "Manhattan Melodrama", ou a cena em que assiste a Billie ser presa -, mas são apenas isso: bons momentos de filme, e tem alguns, mas desligados entre si, sem diálogos e uma trama narrativa que imprima intensidade dramática à obra.
Quem sai mais prejudicado pela falta de um bom argumento é a personagem de Christian Bale, o agente especial do FBI Melvin Purvis, que acabou por se suicidar um ano depois de finalmente ter posto fim à carreira de J. Dillinger. Ao longo do filme a personagem de Bale não adquire a solidez e a densidade emocional necessárias para fazer-nos sentir a angústia que o atravessa enquanto inimigo público de Dillinger, dividido que está entre o sentido de dever e a lealdade a um FBI investido de novas e mais duras regras no combate ao crime com as quais já nem sabe se se identifica. E esse é talvez o elo mais fraco e o que provoca mais fragilidade no filme.
Nem história de amor, nem história de Dillinger, nem história de gangsters. "Inimigos Públicos" só funciona porque andamos todos a ver filmes há tanto tempo, que já sabemos onde colocar os pontos nos is que faltam aos argumentos. E o Johnny Depp, claro, consegue sempre mover palavras e palavras de contentamento.

3 comentários:

J. Maldonado disse...

Discordo da tua opinião.
Inimigos Públicos é acima de tudo um policial de época que narra os últimos meses de Dillinger. A minha opinião é esta:

http://a-terceira-via.blogspot.com/2009/08/inimigos-publicos.html

AS disse...

Vou ler.

Anónimo disse...

Debaixo do pé esquerdo, escreva o nome dele. Repita três vezes: Debaixo do meu pé esquerdo eu te prendo (R.F.G.) , eu te amarro (R.F.G.), eu te mantenho (R.F.G.) pelo poder das 13 almas santas e benditas e por São Cipriano, você vai ficar apaixonado por mim (R.F.G.) e confessar o seu amor por mim, vai ficar comigo para sempre e me fará muito feliz. Que você (R.F.G.)só tenha pensamentos, olhos, coração, amor, desejos, tesão, admiração, respeito, carinho, paz e realização sexual comigo (R.F.G) Que você seja um amante fiel, dedicado e completamente apaixonado por mim ((R.F.G.). Assim eu quero, assim será feito, assim já está feito, Amém.
Publicar 4 vezes essa oração (forte para amarrar alguém) simpatia infalível, porém não se pode voltar atrás.