15 agosto 2009

Carrie de trazer por cá

As minhas amigas querem que eu seja a Carrie da série o Sexo e a Cidade. E a R. é quem tem mais essa mania. A R. meteu mesmo na cabeça que eu sou a Carrie. E está sempre a perguntar: Quando é que escreves sobre mim? Quando é que contas as nossas coisas? Quando escreves um livro sobre as mulheres e os homens? Palavra de honra que eu fico sempre a olhar para ela a pensar que ela é de tal forma minha amiga que distorceu as minhas capacidades e vê-me com um outfit que não é o meu. E que outfit tem a Carrie! Já lhe expliquei que o meu cartão de crédito não tem plafond para o que ela me pede. Mas ela é como os bancos nos anos 90, dá-me crédito e depois logo se vê.
A R. nem sequer é a maior fã da série, gosta mas não é a sua série de culto. Só que o Sexo e a Cidade, mesmo para quem não é fiel seguidor, ampliou no pequeno ecrã as virtudes e os segredos que tecem a amizade feminina. As costuras que unem cada pedaço de tecido das roupas que compramos juntas e vestimos quando vamos sair, as palavras de conforto e de alegria após um desaire ou sucesso amoroso, as discussões sobre as diferentes perspectivas da vida, os batons e outros acessórios fúteis que cobrem a auto-estima e dão um novo significado à palavra supérfulo. Mas o que sempre prevaleceu no guião de cada episódio é a amizade. Esse é o verdadeiro objecto trendy da série, mais do que o sexo ou a cidade. Embora, ainda hoje haja quem considere que as histórias se resumiam a muita depravação com sede em NY... O que é uma pena. Eu até costumava, a propósito disso, ter uma regra para distinguir os homens; aqueles que viam a série dessa maneira eram logo saneados. Só serviam para amigos, porque aos amigos tudo se perdoa.
Tenho Charlottes, Mirandas, Carries e Samanthas entre as minhas amigas todas. Samanthas, por acaso, estão em minoria (para eventual tristeza dos leitores masculinos deste blogue). Carries? Só conheço mais uma... a T. Mas acima de tudo, tenho amigas com um bocadinho de todas elas. Eu não me importo de ser a Carrie de serviço e tentar pô-las ao corrente de si próprias sempre que calhe. A R. fica contente.

(A R., já agora, é Carrie pela parte dos sapatos e Charlotte por várias outras partes, incluindo a afeição por seres caninos).

2 comentários:

Anónimo disse...

Isso quer dizer que ainda há por aí... um Mr Big à tua procura... ;)Eu encontrei-o mas... não deu longa-metragem LOLOL.
T

Anónimo disse...

Sou eu! De sapatos e a passear o cão!
R